sábado, 10 de maio de 2008

APENAS UMA VEZ

Preciso de companhia para ir ao cinema. Quero ver ONCE (Apenas uma Vez), de John Carney, mas não quero ir sozinho. O trailler me arrebatou e a música tema (Falling Slowly) tomou minha paz e me encheu de boas palpitações. Aliás, segundo li, Bob Dylan também gostou e tanto que convidou o casal Glen Hansard e Marketa Irglova para realizarem os shows de abertura de parte da sua turnê mundial. Mas, para além disso - que nem é tão importante assim -, o filme e a musica me pegaram por uma coisa que sempre me toca: uma boa e sincera conversa, uma boa e calma melodia, uma câmera na mão e uma história simples para ser registrada da forma mais bonita possível. Acho que a história é, pelo menos numa redução perigosa, aquela velha coisa de um cara e uma mulher que se conhecem e vão construir um relacionamento... mas não seria essa a coisa mais importante para ser contada sempre e sempre? E, com sempre, há as dificuldades e os conflitos e tudo o mais que torna a vida vivível e instigante. Até bem pouco tempo eu queria me livrar de uns dados problemas e conflitos. Ando percebendo que o ideal não é elimina-los, mas saber utilizá-los... mas isso é conversa para outra mensagem. O que eu queria dizer aqui é: preciso de companhia para ir ver o filme. E nem precisa ser uma amante, uma amiga, uma prima... sei lá. O importante é ser uma mulher, pois, pelo menos no meu caso, a paixão acontece assim. Acho que não suportaria ir sozinho ver este filme, que por tudo, me parece ser muito bonito. Estou numa época em que tudo me toca profundamente e me pinta a vida em cores fortes. Eu já convidei uma pessoa para ir comigo, a amiga que primeiro me falou sobre o filme. Mas a Fernanda mora muito longe. Até que faz parte da nossa amizade essa coisa de desencontros mesmo - somos especialistas em desviarmos um do outro e sempre sem esforço ou propósito algum. Hoje, enquanto conversávamos pelo gtalk, disse-lhe que nós conversamos demais e que não daríamos para algo além do que bons amigos. Eu estava me baseando na premissa de um outro filme belíssimo (Antes do Por do Sol): amantes não conversam, não há tempo para isso; amantes não se beijam, a vida é curta demais; amantes não passeiam, os olhos invejosos os perseguem. Amantes se rasgam em confissão, se mordem todos e fogem, fogem, fogem - há neles o desespero e a angústia dos momentos que restam. Bem, como sempre, eu disse aquela barbaridade num misto de brincadeira e seriedade que acredito fazer o meu charme, e isso porque sempre quero poder estar errado nas minhas conclusões. Aliás, a vida é isso, errar muito. Acho que Once diz algo assim. E ai está a graça de contar essa boa e velha história. Preciso de companhia para a vida.

O Trailler no Youtbe
Uma Resenha no Cinema em Cena

2 comentários:

Fernanda Calazans disse...

ADOREI O post!! to ficando famosa já!! huauhauhhua

mas eu recomendo o filme, vale muito a pena ver.

=)

bjssss!!

Anônimo disse...

é um filme muito bonito. tenho certeza de que vai gostar.
é um filme de tonalidade cinza, mas que pode sim "pintar a vida em cores fortes".
e lendo seu texto, lembrei de um outro filme que me tirou o chão faz um tempinho e que diz que a felicidade só é verdadeira quando é compartilhada. não sei se é verdade. não me interessa a verdade. mas sim as verdades que a gente escolhe para serem nossas. compartilhar é preciso e navegar também, claro!! (rs)
se me permite, vou navegar pelas palavras escritas por aqui de vez em quando para compartilhar um pouco de vida.
um beijo

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
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